Por Marlon Vargas (DVG)
Para alguém que gosta do tema escatologia a pergunta que fica é: Por que o tema Gênesis, que trata das origens da Criação de Deus? Por que não tratar diretamente da Volta de Cristo que é o próximo evento no calendário bíblico? A resposta para essas perguntas é bem simples exatamente porque o que aconteceu em Gênesis está ligado ao que está acontecendo e irá acontecer nos tempos finais.
A Criação de Deus questionada |
Um dos motivos de “voltarmos” a Gênesis foi motivado pelas palavras do Senhor Jesus ligando dois acontecimentos relatados em Gênesis aos sinais da Sua Vinda:
“E, como foi nos
dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim
como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em
casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que
veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do
Homem.” (MT 24.37-39);
“Da mesma forma ocorreu nos dias de Ló. O povo
dedicava-se a comer e beber, comprar e vender, plantar e construir. Todavia, no
dia em que Ló abandonou Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e destruiu a
todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se revelar.” (Lc 17. 28-30).
Outro motivo de “voltarmos” a Gênesis está relacionado a tríplice
negação que caracterizaria estes últimos dias: a negação da Vinda de Jesus, principalmente
por teólogos liberais; a negação da Criação, debate que começou a partir do
século 20, principalmente com o
lançamento de dois livros que tiveram ampla aceitação no meio acadêmico [“A
Origem das Espécies”, de 1859 e “Die Abstammung des Menschen”, de
1872, ambos de Charles Darwin[1]];
e a negação do dilúvio através de uma nova visão elaborada por Charles Lyell (o
“Princípio da Uniformidade”) em 1830[2].
O apóstolo Pedro nos alerta sobre isso: “Antes de tudo saibam que, nos
últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias
paixões. Eles dirão: "O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que
os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da
criação". Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela
palavra de Deus, existiam céus e terra, esta formada da água e pela água. E
pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído.” (2 Pe 3:3-6)
A Evolução, por outro lado, é amplamente aceita |
Os três temas estão presentes em Gênesis. A Vinda de Jesus é a primeira profecia da Bíblia proferida pelo próprio Deus: “E porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15); Profecia cumprida na primeira Vinda de Cristo registrados nos quatro evangelhos; a segunda Vinda de Cristo – a qual Pedro se referia – foi anunciada pela primeira vez em Gênesis por Enoque[3] : “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.” (Jd 1:14,15); o diluvio é registrado em três capítulos de Gênesis (6-8).
Portanto, saber o que aconteceu nos primeiros séculos da Criação
é estar preparado para “responder a qualquer pessoa que vos questionar
quanto à esperança que há em vós” (1 Pe 3.15b). e ao mesmo tempo estar
alerta quanto a Vinda de Jesus, o que é sinal de vigilância, sabedoria. Em
relação a isso, Cristo nos alerta seriamente dizendo “Quando estas coisas
começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a
vossa redenção está próxima [..] Vigiai em todo o tempo e orai para que sejais
considerados dignos de escapar de todas essas coisas que acontecerão e de estar
em pé diante do Filho do homem” (Lc21. 28,36).
O Senhor não nos deixou escrito o dia da Sua Vinda, mas nos alertou
para prestamos atenção aos sinais que antecederiam a Sua Volta.
Por essa razão, “de volta a Gênesis”, chegou para a defesa da Criação, do
Dilúvio global e anunciar a iminente Volta de Cristo, através de textos e desenhos.
Queremos participar ajudando no que for preciso, para estarmos prontos para
ouvir a voz do Senhor e irmos ao seu encontro nos ares (2Ts 4.13-17).
[1] LIEB,
Roger: Estamos vivendo no fim dos tempos? 175 profecias bíblicas cumpridas –
Porto Alegre: Actual Edições, 2012, p. 258.
[2] “Até o ano de 1800, a maioria dos geólogos acreditava que a história do Dilúvio, na Bíblia, tivesse um significado preponderante no contexto da explicação sobre a origem das camadas dos fósseis nelas encontrados. Em 1830, surgiu uma nova visão sobre as coisas. O advogado Charles Lyell (1797-1875) que também se envolveu com Geologia, descobriu uma rejeição interna à teoria do Dilúvio. Esse Dilúvio global pressupõe a existência de um Deus Santo que não deixa a culpa dos homens impune, mas está disposto a interromper o curso uniforme da história e intervir, diretamente, como o juiz. Essa ideia era inconcebível para Lyell. Por isso, ele elaborou o “Princípio da Uniformidade” que afirma que os ciclos da natureza foram uniformes. Diz que não aconteceram grandes catástrofes. Desde o início do mundo tudo ocorreu uniformemente. Exatamente esta é a argumentação dos escarnecedores em 2 Pedro 3.4b: “Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”. LIEB, Roger: Estamos vivendo no fim dos tempos? 175 profecias bíblicas cumpridas – Porto Alegre: Actual Edições, 2012, p. 256, 257.
[3] Enoque,
o sétimo depois de Adão, nasceu no ano 622 e arrebatado para junto de Deus no
ano 987 a.C. “A carreira de Enoque é de especial interesse. Ele foi um dos
únicos dois homens na história, o outro sendo Elias, que foi arrebatado ao céu
sem morrer. Em meio à corrupção e impiedade quase universal, Enoque deu um
testemunho corajoso e consistente aos homens de sua geração e, como diz a
Escritura, ele “foi trasladado para não ver a morte ... porque antes de sua
transladação, alcançou testemunho de que agradara a Deus” (Hb 11: 5). MORRIS
M. Henry. The Beginning of the World, A Scientific Study of Genesis 1–11.